Apresentação


Desafios e estratégias no enfrentamento da pandemia da COVID-19 nos municípios rurais e remotos brasileiros (Enfrentamento da COVID-19 em MRR brasileiros)

O projeto Enfrentamento da COVID-19 em MRR brasileiros é conduzida pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Fiocruz-RJ em articulação com outras 13 universidades nacionais, integrantes da Rede de Pesquisa em APS da Abrasco.

A garantia da oferta de serviços de saúde em áreas rurais e distantes dos centros urbanos persiste como um grande desafio para os sistemas de saúde no século XXI. Este problema fica ainda mais evidente no cenário da pandemia da Covid-19.Com esta preocupação, o lócus de análise da pesquisa são os municípios rurais e remotos brasileiros, conforme classificação proposta pelo IBGE (IBGE, 2017). Dois elementos foram centrais para a classificação: o tempo de deslocamento até um sub centro, centro ou metrópole regional; e a população residente em áreas de ocupação densa. Dessa forma, 323 municípios foram caracterizados como rurais e remotos, nos quais vivem 3.856.692 cidadãos brasileiros. Esta realidade traz em si características que dificultam a garantia de acesso universal e integral ao sistema de saúde, constrangendo a consecução da equidade e podem ter potencial devastador na atual pandemia.

O enfrentamento da pandemia da Covid-19 no cenário dos MRR conjuga características que amplificam o potencial devastador do Coronavírus: presença de populações vulneráveis; oferta insuficiente de serviços de saúde especialmente de nível secundário e terciário; grande distância de centros urbanos com maior densidade tecnológica; redes regionais de saúde incipientes; e na maioria das vezes prefeituras extremamente dependentes dos demais níveis da federação. A maior parte dos MRR tem sua rede de saúde constituída apenas por serviços de APS, o que leva por um lado, à necessidade de um leque ampliado de ações na APS, bem como de uma política

Usando a terminologia proposta por Boaventura Santos (2020), os MRR estão “a sul da quarentena”, pois qualquer quarentena é mais difícil para determinados grupos sociais. Assim, nosso esforço como pesquisadores é o de contribuir no enfrentamento da pandemia neste específico “espaço-tempo político, social e cultural”, que fica tão longe, mas que não pode ser esquecido no processo de construção de um sistema de saúde universal e equânime e de uma sociedade mais igualitária.

O objetivo central do projeto é analisar as iniciativas desenvolvidas nos municípios rurais e remotos para o enfrentamento à Covid-19, visando auxiliar na construção de práticas mais sustentáveis e adequadas a esses territórios durante e após a pandemia.

Financiamento: CEAP-FSP/JBS

Projeto aprovado no Comite de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP, parecer número 4.285.824

Integrantes:

 

Coordenação: Aylene Bousquat.

Equipe de coordenação: Aylene Bousquat, Cleide Lavieri, Paulo Mota, Renata Elisie, Simone SchenkmanNereide Martinelli, Elisete Duarte, Ana Paula Chancharulo, Lucas Cabral.

Equipe:
Ligia Giovanella, Marcia, Cristina Rodrigues Fausto, Paulo Henrique dos Santos Mota, Cleide Lavieri, Martins, Patty Fidelis de Almeida, Juliana Gagno, Helena Seild, Cassiano Mendes Franco, Ângela Carneiro, Claúdia Bógus, Amandia Braga Lima, Nereide Lúcia Martinelli, Thomaz Mata Machado,  Alaneir de Fatima Dos Santos, Adriano Maia, João Henrique G. Scatena, Lucas Cabral, Carlos Leonardo Cunha, Daniela Lemos Carcereri, Fulvio Nedel,  Geraldo Cury e Lorena Araújo Ribeiro, Simone Schenkman, Renata Elisie, Daniela Santiago, Cecília Nogueira, Flúvio Borges Nedel, Daniela Lemos, João Henrique Scatens, Cristiane Martins e Wanhina Regina.