APS em MRR marca presença no Abrascão 2025 com debate sobre organização e integração assistencial em territórios rurais

O Grupo de Pesquisa Atenção Primária à Saúde em Municípios Rurais e Remotos (APS em MRR) participou do 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão 2025) com a mesa-redonda MR05.26 – Organização, acesso e integração assistencial em territórios rurais, realizada no dia 2 de dezembro, das 10h20 às 11h50, na Sala Isabel Dillon.

A atividade reuniu pesquisadoras e pesquisadores do Brasil e de Cuba para discutir desafios e caminhos para o fortalecimento da APS em regiões rurais e de difícil acesso, trazendo análises comparadas, experiências de campo e reflexões sobre o papel da organização dos serviços, da gestão, da vigilância e da integração assistencial nas redes de saúde.

Destaques da Mesa

Com auditório lotado, o debate enfatizou:

  • A centralidade da APS como coordenadora do cuidado em territórios onde a distância, a dispersão populacional e a baixa densidade de serviços produzem barreiras persistentes de acesso.

  • A importância da abordagem territorial, valorizando saberes locais, trajetórias comunitárias e a articulação entre equipes de saúde e atores sociais.

  • A necessidade de redes integradas, capazes de assegurar continuidade do cuidado entre níveis de atenção, especialmente em situações de urgência, emergências obstétricas e condições crônicas prevalentes.

  • A comparação entre Brasil e Cuba, destacando semelhanças nos desafios relacionados à ruralidade e as distintas estratégias adotadas nos dois países para organização do trabalho e formação de equipes.

  • Os resultados do projeto APS em MRR, incluindo evidências recentes sobre organização das redes, itinerários dos usuários e desigualdades de acesso.

Participações

Márcia Cristina Rodrigues Fausto (ENSP/Fiocruz) – Mediação
Conduziu a mesa situando o debate no contexto atual da APS brasileira e ressaltando a relevância estratégica de pesquisas que iluminem as desigualdades regionais e os desafios da gestão em territórios rurais.

Patty Fidelis de Almeida (ISC/UFF) – Expositora
Apresentou evidências das pesquisas desenvolvidas pelo grupo APS em MRR e discutiu como a organização das redes e a governança interfederativa impactam diretamente o acesso e a continuidade do cuidado em localidades remotas. Destacou achados recentes sobre arranjos de gestão e sobre a experiência brasileira comparada a países da América do Sul.

Magda Moura de Almeida (UFC) – Expositora
Abordou a importância da formação médica e da consolidação das equipes de APS em contextos rurais, ressaltando estratégias de educação permanente, valorização das práticas locais e experiências de organização de serviços no Ceará e no Nordeste.

Leonardo Antonio Cuesta Mejías (ENSAP/Cuba) – Expositor
Trouxe a experiência cubana na atenção primária em territórios rurais, destacando a integração entre ensino, serviço e comunidade e estratégias de organização do trabalho que fortalecem o vínculo, a continuidade do cuidado e a equidade.

Reflexões Finais

A mesa reforçou a urgência de construir políticas públicas que reconheçam a complexidade dos territórios rurais e remotos e que apoiem modelos de atenção mais responsivos às realidades locais. A troca entre Brasil e Cuba demonstrou que soluções inovadoras, sustentadas por forte base territorial e integração intersetorial, são fundamentais para ampliar o acesso e fortalecer a APS.

O Grupo APS em MRR agradece a presença de todas e todos e reafirma seu compromisso com a produção de conhecimento e o apoio a gestores, trabalhadores e instituições na construção de redes de saúde mais equitativas para os municípios rurais e remotos do Brasil.

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