O Ministério da Saúde divulgou em 01/08/2022 o documento de referência Diretrizes de Orientação à Incorporação do Componente de Ambulancha do Samu-192 à Política Nacional de Atenção às Urgências, orientado pelos resultados do Estudo Descritivo da Atuação das Equipes de Saúde no Serviço de Embarcações do Samu-192, Regiões Fluviais, Ribeirinhas e Marítimas, pesquisa de âmbito nacional realizada pelo Centro de Estudos Estratégicos Antônio Ivo de Carvalho (CEE-Fiocruz), em parceria com o Departamento de Atenção Hospitalar Domiciliar e de Urgência (Dahu) do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2022.
O estudo, coordenado pelo pesquisador do CEE Alessandro Jatobá, definiu um modelo para essas embarcações – conhecidas como ambulanchas – que deve servir de parâmetro a ser utilizado para todo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu 192), no atendimento de comunidades ribeirinhas e costeiras do Brasil. Por meio de observação nos locais de trabalho e entrevistas presenciais em todos os estados do país que, no momento da pesquisa, possuíam embarcações habilitadas/qualificadas pelo Ministério da Saúde, os pesquisadores buscaram identificar as principais dificuldades que as equipes encontravam para a realização do serviço, com base no modelo de embarcação utilizado.
“Dada a importância das ambulanchas para o acesso dessas populações vulneráveis à saúde, foi muito gratificante ver que a nossa pesquisa contribuiu efetivamente com a elaboração dos padrões para esse componente, tornando-os mais adequados às condições dos territórios, mais seguros e confortáveis para os trabalhadores do Samu-192 e os usuários dessas regiões, além de permitir um desempenho mais resiliente dos serviços”, avalia Jatobá.
Foram realizadas 101 entrevistas, tendo como respondentes secretários municipais de Saúde, gestores, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores. A partir da coleta de informações, foram identificadas quais seriam as modificações necessárias para propor dois modelos de embarcação para todo o Brasil, um para áreas marítimas e outro para áreas fluviais, que atendesse as necessidades do Samu-192.
Fonte: CEE-Fiocruz